domingo, 27 de março de 2011

DÍVIDA, + DÍVIDA E OUTRAS DÍVIDAS

Muito se fala em dívida, a explicação “oficial” é que temos vivido acima das nossas possibilidades. Este fenómeno não se passa só em Portugal mas parece ser uma epidemia numa grande escala a nível mundial.
Mas o que se passa? Ficou toda gente maluca? Todos gastam acima das suas possibilidades?
Não acham isto estranho?

Qualquer pessoa quando pede um empréstimo ao banco para comprar a sua casa (exemplo), só o faz depois de fazer as suas contas e verificar que o seu rendimento familiar será suficiente para suportar as mensalidades que o banco exige. Aliás, é o próprio banco que de tal se certifica (ou deveria fazê-lo, isto é outra história). Não somos loucos como nos querem fazer passar.
Então como as coisas chegaram a este ponto?

Vejamos como as coisas se passam. Vou ilustrar com um exemplo simplificado para melhor compreensão.
Imaginemos um país recentemente formado. Este país precisa de moeda circulante para que a sua economia interna comece a funcionar. Como é que ele adquire o dinheiro?
Dirige-se ao Banco Central e pede 1.000.000€ (exemplo) em troca de um certificado de dívida que ficará com o banco. Como o banco irá cobrar juros de 5 % (exemplo), esse certificado terá o valor do capital (1.000.000€) + juros (50.000€) ou seja, o banco entrega 1.000.000€ em troca de um certificado de dívida de 1.050.000€ que deverão ser pagos no prazo de 1 ano (exemplo).
É exactamente assim que se passa quando se pede um empréstimo para a compra de uma casa ou de outra coisa qualquer.
Ao final de um ano, esse país quer pagar a sua dívida mas acontece que o dinheiro que possui continua a ser os tais 1.000.000€ pois não pode fabricar dinheiro. Então como faz para pagar os juros (50.000€) que faltam? Como esse dinheiro não existe, só lhe resta pedir ao mesmo banco que imediatamente o fabrica e o fornece em troca de outro certificado de dívida cujo valor trará acoplado mais 5% de juros ou seja 50.000€+2.500€ e a história repete-se.
O que significa isto em termos práticos?

Significa que nunca haverá dinheiro em circulação suficiente para pagar a dívida. Significa que temos vivido em dívida permanente.
Este esquema diabólico está em marcha há muitos anos e a dívida tem vindo-se a acumular, acumular e é claro que tinha que chegar a um momento de ruptura.
Hoje chegamos ao ponto em que o dinheiro circulante não é suficiente nem para pagar os juros que entretanto se foram acumulando.
Esta é a verdadeira explicação da tal dívida de que se fala.
O exemplo dado referia-se a um país mas podemos transpô-lo ao nível global.
Quem tem ganho com isto? A resposta é fácil e imediata: os bancos, ou mais propriamente, os bancos centrais que a única coisa que têm que fazer é imprimir notas.
Falam que é necessário maior produtividade nas empresas para suplantar a crise. São tudo tretas. Quais são as empresas que nestes dias apresentam maiores lucros? Os bancos, chegando a obterem milhões de euros de lucro por dia. E o que é que os bancos produzem? Nada.

O sistema está em ruínas. O dinheiro não é suficiente (nem nunca será). Eles tentam prolongar o mais possível este esquema e para isso, vão buscar dinheiro a todo o lado onde ele ainda existe. Vão buscar aos nossos salários e pensões, aos impostos e taxas que sobem descaradamente, mas não há volta a dar.
O esquema está ferido de morte mas não o querem largar nem que para isso aumentem a pobreza, a fome e o desespero da humanidade.
Mas podem perguntar, então os economistas, os comentadores de economia, os políticos e outros que deveriam zelar pelos nossos interesses não sabem disso? Porque não expõem ou denunciam o cerne do problema?
Deixo a resposta ou as conclusões para vocês.

Boa vida!

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